Carnaval paulistano em tempos de pandemia
- Victoria Vianna
- 2 de jan. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 28 de fev. de 2021
Como as escolas de samba têm se preparado durante este período de incertezas

Tradicionalmente, em um sábado após o Dia Nacional do Samba é feita a festa de lançamento do CD do Carnaval na Fábrica do Samba com os sambas de enredo que contarão as histórias desenvolvidas pelas agremiações no próximo desfile. Neste ano, esta comemoração não acontecerá nesta data por conta da pandemia de Covid-19 que vem assolando populações de diversos países.
Esta pandemia vem modificando o cotidiano em todo o mundo. Aulas e trabalhos estão sendo feitos em home office, andar com máscara de proteção se tornou essencial e bolsas ganharam mais um item: o álcool em gel. Além disso, houve também mudanças nos hábitos em restaurantes, cinemas, teatros e shoppings centers.
E no Carnaval não foi diferente.
Assim que foi notificado a quarentena em São Paulo, as escolas de samba tiveram que fechar as portas de suas quadras, deixando de confeccionar fantasias, produzir alegorias para o próximo desfile e de realizar eventos importantes para o calendário da folia.
As agremiações então passaram a dar ainda mais espaço para ações sociais. Um exemplo é o projeto “Pegada Solidária”, da escola de samba Vai-Vai, idealizado pela Secretária de Bateria, Renata Lopes. O projeto tem como objetivo ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de doações de roupas, calçados, kits de higiene, álcool em gel, brinquedos e também entregas de marmitex.
Apesar de toda a dificuldade de realizar os ensaios, as agremiações arrumaram um jeito de fazer com que a comunidade não perdesse o momento de alegria e descontração. Com todas as restrições cabíveis neste momento, a escola de samba Dragões da Real realizou um show Drive-In dentro de sua quadra. O evento, feito nos dois primeiros finais de semana de agosto, contou com a participação do intérprete Renê Sobral, uma parte da bateria “Ritmo que Incendeia”, comandada pelo Mestre Tornado, outros membros da escola como passistas, mestre-salas, porta-bandeiras e diretores, e também, do presidente Renato Remondini, o “Tomate”.
Após esse evento, outras escolas de samba também realizaram Drive-Ins. Vai-Vai e Águia de Ouro, por exemplo, divulgaram enredos e sambas neste formato para que a comunidade pudesse participar da maneira tradicional, que ocorre todos os anos, porém evitando a aglomeração ─ o que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater o novo coronavírus.
Outra maneira de aproximar a comunidade, mesmo neste momento delicado, foi através das lives que, aqui no Brasil, surgiram com os músicos sertanejos e se estenderam a todos os estilos, conquistando um público amplo durante os primeiros meses da pandemia. A escola de samba Mocidade Alegre realizou a live “24 horas de Samba”, para representar o evento que, tradicionalmente, acontece todos os anos de forma presencial em sua quadra, localizada no bairro do Limão, com o intuito de celebrar o aniversário da agremiação.
Enredos e sambas de agremiações pertencentes aos três grupos de elite do Carnaval paulistano também foram anunciados neste novo formato de lives, mesmo com a incerteza sobre quando será o próximo desfile no Anhembi.
Os enredos do Grupo Especial para o próximo Carnaval serão:
Pelo Grupo de Acesso, todas as escolas já escolheram seus enredos, porém algumas ainda não definiram seu samba:
Por fim, o Grupo de Acesso 2 apresenta os seguintes enredos:
Matéria publicada no dia 02 de dezembro de 2020.
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